VIENA, JUNHO DE 1986 E BERLIM, 1940
 
Trechos do livro "Um Repórter Brasileiro na Guerra Européia", escrita pelo repórter Alexandre Konder, do Rio de Janeiro, durante os meses de fevereiro à maio de 1940, onde consta o seguinte, à pg. 133:

"A Alemanha, reunidas as terras da antiga Áustria, do Protetorado e da antiga Polônia, deve ter hoje, dentro dos seus limites, vários milhões de judeus. Uns trezentos mil emigraram nestes últimos anos. Vieram para a América, de preferência Nova Iorque, Buenos Aires, Rio de Janeiro e São Paulo.

- Emigrou o pior, a gente que era, afinal de contas, a única responsável por tudo isso que aconteceu - diz-me, num Café da "Unter den Linden", o Sr. Joseph Mendel, judeu berlinense. Por causa dessa elite verdadeiramente nociva, que também nos explorava, pagamos nós todos. Berlim tinha mais de duzentos mil israelitas e Viena mais ainda. Várias vezes os nossos bons elementos chamaram a atenção dessa gente, que ora flana longe daqui, em outras terras, semeando talvez futuras reações semíticas. Tudo isso em vão e veio o inevitável...

- "Somos uma raça marcada. Vivemos sob perseguições porque, infelizmente, nos falta o senso de auto-crítica. Ao contrário não nos deixaríamos levar tão facilmente pelas miragens dos louros dos nossos sucessos. Veja o que ocorre na América do Norte: os que lá estão, pensam hoje da mesma maneira como pensaram, dentro da Alemanha, os judeus, ao tempo em que haviam conseguido um lugar verdadeiramente privilegiado. Julgam-se facilmente vitoriosos em definitivo e se esquecem que existem no país milhões de criaturas que sabem pensar, e que têm bem nítida a consciência de nacionalidade. Eis porque vários clubes e restaurantes nos Estados Unidos já começam a exibir letreiros anti-semitas. Somos conhecidos demais, para podermos alimentar certas pretensões. A reação é fatal". (Isso há 46 anos atrás, imagina o domínio que o sionismo exerce atualmente nos EUA).

Faço-lhe uma pergunta indiscreta para o ambiente de um café berlinense, que tem bem visível o retrato de Hitler. Pergunto-lhe como recebe a coletividade judaica da Alemanha, o movimento que lá fora faz em seu favor. Ele acende um cigarro e responde:

- "Não nascemos ontem, meu amigo. Conhecemos bem o significado desta campanha. Ela peca, inicialmente, pela sua nenhuma sinceridade. Não é o judeu alemão, polaco ou tcheco que ela visa defender. A nossa sorte não lhes interessa em nada, e a prova aí temos, que quase todos os portos do planeta estão fechados para nós. Os poucos que hoje conseguem emigrar, é a custa de muito dinheiro, dinheiro nosso, saído daqui, pelos ´guichets´ dos bancos nazistas. Não devemos o menor favor a quem quer que seja no exterior. Entendemo-nos com os alemães, só com os alemães e, somente eles é que nos fornecem divisas. Lá fora é apenas literatura. Literatura contra o 3º Reich, literatura para efeitos políticos internos e externos. Nós apenas interessamos a essa gente como cartaz. Veja o caso da Palestina: uma comédia! Era mil vezes preferível que essa gente tivesse ficado dentro da Alemanha. Não estaria hoje sendo caçada, nas ruas, pelas balas dos árabes...".

E com mau humor, conclui o Sr. Mendel:

- "É melhor que nos deixem em paz!" O repórter continua: "Os campos de concentração, onde ´milhares de judeus sofrem o cativeiro nazista´, segundo pude apurar em rodas israelitas e não israelitas é uma pura ´blague´ para efeitos de propaganda no exterior, contra o III Reich. Existem judeus presos, é fato, mas não pelo fato de serem judeus, e sim por estarem ligados a penalidades do Código Penal. Entretanto, fora do Reich, é muito fácil transformar-se um criminosos comum em mártir do nazismo. Principalmente quando a maior parte das agências de informações jornalísticas está nas mãos dos sionistas".
 

 
 
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